O The Cure mostra todas armas para audiência eternamente impregnada da Curemania

Um sábado com mais de 35°C no Hyde Park em Londres não parece ser o ambiente mais desejado por Robert Smith e seu The Cure para a celebração de 40 anos de carreira, ainda mais com todos os membros seguindo à risca o visual característico da banda, que toda de preto, não deixou nenhuma dúvida para os 70.000 presentes de que a performance seria mesmo histórica.

Robert Smith - The Cure - 2018 Hyde Park
Robert Smith – The Cure – 2018 Hyde Park

Logo na abertura após tocarem a ótima “Plainsong”, nosso líder mandou o recado de que era melhor não falar nada até o sol se pôr, pois o calor estava dragando toda sua energia, mas no público a cada canção tocada se via a emoção à flor da pele, com fãs em êxtase dançando, cantando e aplaudindo maravilhados.

A audiência era mesmo bem diversa, com góticos grisalhos interagindo com adolescentes com olhos maquiados e roqueiros de trinta a vinte e poucos anos, que nem aí para o calor, ostentavam correntes, jaquetas e jeans pretos, na “noite” com a galera mais diversa do fim de semana do BST Hyde Park 2018.

A primeira metade do set teve uma interpretação emocional e perfeita de sons como minhas preferidas “A Night Like This”, “The Walk” e “Push”, mas foram mesmo com “In Between Days”, “Just Like Heaven”, “Play for Today”, “A Forest” e “Shake Dog Shake”, que a apresentação capturou a todos.

Existe uma força única que somente bandas como o The Cure conseguem ao vivo, pois mesmo num ambiente tão aberto quanto num parque urbano, os caras conseguem transformar a timidez e seriedade da performance numa espécie de clube underground, criando uma intimidade cada vez mais rara em festivais desse porte.

Vale ressaltar a impressionante devoção que os fãs tem com a história de 40 anos do grupo, agitando mesmo em sons menos conhecidos.

Na parte final o greatest hits do auge da Curemania, encontrou a origem da banda que finalizou a noite com “10:15 Saturday Night” e “Killing an Arab”, sons do single de 1978 que apresentou-os ao universo.

O sorriso estampado na face de Robert Smith me deu uma estranha sensação por estar presente na celebração de 40 anos de um artista que teve sua obra marcada na alma de fãs por toda uma existência. Pessoas que como eu tem no The Cure a trilha sonora emocional de vários momentos de uma vida.

[red_box]Foi emocionante e juro que achei que não conseguiria fazer esse texto sem me sentir um super fã incondicional ;-)[/red_box]

O show foi 100% focado na história da banda, que decidiu passar por todas suas fases e com o anoitecer chegando aos poucos, permitiu a FatBob interagir mais e mostrar sua emoção com a apresentação.

The Cure 2018 - Hyde Park
The Cure 2018 – Hyde Park

Com uma receita infalível, a banda ficou ainda mais em sintonia com seus adeptos, permitindo a Mr.Bob Smith o papel de grande anfitrião, que soube dosar as canções mais deprês com suas gemas de amor na medida exata, mostrando que a fábrica de hits do The Cure é ainda capaz de levar uma multidão ao delírio.

Não era Sexta Feira como no hit “Friday I´m Love”, mas o Sábado de celebração dos 40 anos do The Cure foi puro amor e devoção.

Setlist The Cure – Londres – 40 anos de The Cure – BST Hyde Park 2018

– Plainsong
–  Pictures of You
–  High
–  A Night Like This
–  The Walk
–  The End of the World
–  Lovesong
–  Push
–  In Between Days
–  Just Like Heaven
–  If Only Tonight We Could Sleep
–  Play for Today
–  A Forest
–  Shake Dog Shake
–  Burn
–  Fascination Street
–  Never Enough
–  From the Edge of the Deep Green Sea
–  Disintegration
Bis
–  Lullaby
–  The Caterpillar
–  Friday I’m in Love
–  Close to Me
–  Why Can’t I Be You?
–  Boys Don’t Cry
–  Jumping Someone Else’s Train
–  Grinding Halt
–  10:15 Saturday Night
–  Killing an Arab

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