Em 2015 o caminho parece o ideal para o grupo inglês Florence and The Machine, capiteneado pela cativante vocalista Florence Welch, que desde o primeiro álbum chama a atenção com o mix de força e delicadeza que consegue impregnar em cada canção.

Mas após o grande impacto inicial com o álbum Lungs (2009), o grupo não teve o mesmo resultado com Cerimonials (2011), pois apesar do sucesso comercial obtido, claramente o segundo disco não manteve o mesmo pique criativo, ficando o grupo entrincheirado no famoso desafio do terceiro álbum, que para muitos divide as bandas entre os times das realmente grandes e o das eternas promessas.

Florence and the Machine 2015
Florence and the Machine 2015

Assim, meio desconfiado, resolvi encarar o novo trabalho do grupo “How Big, How Blue, How Beautiful” e que pelo visto, vai colocar o Florence and The Machine como uma das principais referências do pop rock nessa década, onde já o primeiro single “What Kind of Man” chegou fácil ao primeiro lugar das paradas britânicas.

O álbum mostra Florence envolta com os problemas da vida real, testemunhando os perigos das relações pessoais conturbadas, em versos como “Sometimes you’re half in and then you’re half out/ But never close the door“, apostando numa direção musical mais crua e roqueira, consequência da caprichada produção de Markus Dravs, que ja trabalhou com Björk (Em Homogenic), e com o Arcade Fire nos principais discos.

Destaque para sons como o tema título “How Big, How Blue, How Beautiful” e “Ship to Wreck”  com sua pegada bem direta, além de “Queen of Peace” onde o sofrimento e o esquecimento se mostram complementares e mais do que presentes, e somente na balada “Storms & Saints” percebí alguns climas já consagrados nos álbuns anteriores.

As letras estão mais fortes do que nunca, com foco no feminismo, emancipação, sem nunca perder a feminilidade, receita perfeita para uma artista do século 21, que em 2015 chega ao auge, tanto pelo incrível novo álbum, quanto pelas super performances ao vivo, que a consagram como uma das principais artistas da atualidade.

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How Big, How Blue, How Beautiful é a perfeita trilha sonora para os conflituosos dias de 2015, com uma Europa conflagrada pelo medo de guerras irracionais e invencíveis, incertezas econômicas em tragédias literalmente gregas, gerendo um sentimento de angústia sincera nas novas gerações.

Assim Florence and The Machine 2015 reaparecem mais elétricos e contundentes, num pop rock cheio de personalidade, quase prontos para desfrutar da posição de banda chave no pop rock da década, escudada um álbum cheio de estilo e com a personalidade marcante que os consagrou.

Faixas de How Big, How Blue, How Beautiful – Florence and  The Machine
1. SHIP TO WRECK
2. WHAT KIND OF MAN
3. HOW BIG HOW BLUE HOW BEAUTIFUL
4. QUEEN OF PEACE
5. VARIOUS STORMS & SAINTS
6. DELILAH
7. LONG & LOST
8. CAUGHT
9. THIRD EYE
10. ST JUDE
11. MOTHER
+ on DELUXE Version
12. HIDING
13. MAKE UP YOUR MIND
14. WHICH WITCH
15. THIRD EYE (DEMO)
16. HOW BIG HOW BLUE HOW BEAUTIFUL (DEMO)

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2 Comments

  1. “Cerimonials (2011), pois apesar do sucesso comercial obtido, claramente o segundo disco não manteve o mesmo pique criativo” Sério?
    Florence nunca enfrentou dificuldades, os três álbuns foram bem recebidos pela crítica, fãs e pela indústria. Os três álbuns são extremamente diferentes e todos tem sua dose de criatividade.

    1. Obrigado pelo comentário. Critica é assim mesmo, uma opinião, por isso que a resenha é sempre assinada e a divergência bem vinda 👍👍👍👏👏👏

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