A encruzilhada da Virada Cultural – Fotos da Edição 2015

A querida Virada Cultural precisa se re-inventar, ou pelo menos descobrir um caminho novo, pois a Edição 2015 apesar de vários acertos como a descentralização de shows e a inclusão de diversas atividades como os grupos de coral, artistas performáticos e gastronomia, pecou essencialmente em não saber se comunicar com a cidade e até mesmo com os convidados, afinal como se programar, como saber quem vai tocar, em que palco… que horas… entrei dia sim e dia não na página do evento e nada, falei com a assessoria, pedi credenciamento (negado), e na real na maioria dos palcos que visitei, não encontrei nem público suficiente ou mesmo cobertura jornalística.

A escalação longe de brilhante foi competente, afinal como não se interessar em ver essa diversidade artística toda acontecendo ao mesmo tempo, com a inclusão do Dia da Música, Festival Cultura Inglesa e Cultura Portuguesa e etc… não tenho todas as respostas, mas na real não funcionou.

Tom Zé na Virada Cultural

Enquanto amigos e colaboradores viram alguns shows da Virada Cultural também vazios na noite de Sábado, eu mesmo só comecei a jornada pelo Tom Zé tocando para uma pouco mais de uma centena de fãs na Barão de Limeira às 6:00, e claro que foi bem legal como sempre, mas o mix de ressaca e sono do público não ajudou nem mesmo o querido e animado artista baiano, e saí em busca de algo mais contemporâneo (o que foi um erro…podia ter ficado até o final…).

Mas talvez por culpa da viagem quase psicodélica de meu antigripal genérico, e de gorro peruano e encapotado nível plus, peguei a programação e o smartphone para ver o que tinha pertinho como sempre faço, e a caminho da República passei pelo brega Ovelha de cabelo amarelo, gritando como sempre e mostrando potencia em covers diversos que ecoavam longe quando cheguei na República, descobrí que não rolava nada na praça, mas segui embalado por um Jazz Bossa Nova qualquer que acontecia bem pertinho e me juntei a familiares e perdidos (quase uma dezena) para ouvir um som inspirado no Palco Jazz 24 horas onde sempre que um músico que subia no palco, outro saia… de forma a criar uma mega jam de 1 dia completo, legal… me recuperei curtindo uns 2-3 sons e foi o tempo de achar opções.

Os Incríveis Virada Cultural

Passei primeiro pelo Piano na Praça na Dom José Gaspar, que estava sem absolutamente nenhuma pessoa, e sem pianista também… sentei e decidí conferir Os Incríveis na São João, lenda do poprockBr dos anos 60 e 70, que tem o original baterista Netinho, e que entre histórias memoráveis dos 60´s, quando tocou e pegou a estrela pop italiana Rita Pavone, foi legal, destaque para a banda, seus instrumentais e guitarras afiadas, e que desfilou em formação renovada seus seus hits sessentistas e versões para pouco mais de 100 pessoas, curtí até chegar a famigerada “Era um Garoto que como eu …” e antes de me arrepender, peguei o metrô e fui ver os Boogarins na Estação da Luz.

Mas quando cheguei pensei… não vai ter show não tem ninguém, só o Fabrício Nobre da Monstro postando na net com cara de preocupado, mas ainda tinha uns 10 minutos para o show, e entrei no Parque da Luz onde estava rolando um som meio tribal vindo de um DJ e uma turma de dezenas de freaks pós raulseixismo, sentei na praça e curtí o melhor momento da manhã, um solzinho… quase 10 horas da manhã, o Parque vale a visita para quem for na ótima Pinacoteca do Estado, no Museu da Lingua Portuguesa ou na Estação da Luz, tem um lindo coreto e está super bem cuidado e arborizado, me surpreendí de verdade.

Boogarins Virada Cultural

Mas e os Boogarins… é mesmo… me esquecí dos caras, e voltei já com 10 minutos de show, e os 20 fãs mais desinteressados do mundo estavam por lá sentados vendo uma super banda em ascensão e tal, mas me contaminei, talvez precisasse de uma dose de animação coletiva, e pensei já sei voltar para a São João de metro e ver o Erasmo Carlos que também já havia começado, mas quando cheguei tive até pena do Tremendão, parecia um show secreto… e já baleado pela gripe e lembrando que não ia deixar de ver o Festival Cultura Inglesa no Memorial da América Latina com o super Johnny Marr ex The Smiths, voltei para casa e cheio de remédio na cabeça, praticamente hibernei até umas 18:00, quando encarei o frio e num clima meio deprê de Manchester, passando por fábricas e galpões da Barra Funda, clima que nos últimos anos sempre acompanha o Cultura Inglesa, rumei para o Memorial… mas já vale outro post… confiram aqui como foi o 19¤ Cultura Inglesa Festival.

Jazz 24 horas
São João
Parque da Luz

 

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