Antes que atirem pedras!

Bom, eu particularmente nunca fui um grande fã de Legião Urbana, talvez pela minha idade, eu não vi o AUGE da banda, não vivi e respirei a religião que foi a Legião para os fãs dos anos 80, que na época era sem nenhuma competição a maior banda do país, a que trazia em cada show o maior público e a que mais vendia discos. Assisti ao show da Emeteve (MTV) em tributo a banda, e em meio a polêmicas sobre Wagner Moura no vocal, escolha de músicas e até mesmo polêmicas do próprio evento eu venho aqui no ViShows dar os meus pitacos e opiniões absolutamente pessoais.

Primeiro vamos falar do vocalista? Capitão Nascimento nos vocais do tributo, ainda não consegui entender se foi um fã no palco realizando um sonho ou se foi uma jogada de marketing para atrair o público.

Se for um fã o papel dele foi perfeito, desafinado como todo mundo que canta Legião Urbana e não é o Renato Russo, porém com muita emoção, empolgação e acima de tudo uma vontade enorme de estar naquele palco, histórico para o próprio Wagner Moura.

As críticas sobre ele cantando não procedem em minha opinião, não há hoje um vocalista que fosse entrar e representar absolutamente bem como ele fez, o lado ator felizmente é mais talentoso que o vocalista, e Wagner Moura dançou desengonçado como Renato Russo, correu, pulou, chorou e olhou para o céu sem acreditar na noite que estava tendo.

As críticas ao vocalista para mim são besteiras, deve-se criticar a escolha dos integrantes que poderiam ter procurado outro cara para cantar, porém parece que a necessidade de capitalizar esse show era muito grande para Dado e Bonfá, e nesse quesito Wagner Moura trouxe a publicidade que eles queriam, mas vamos lembrar que Renato Russo era um humano, que cantava e as vezes desafinava, era um grande vocalista, mas ontem teria se desesperado com as inúmeras falhas de som que prejudicaram o vocal de Wagner Moura e até mesmo o resto da banda.

Me pergunto também se depois de tanta polêmica eles acertaram em colocar Rodrigo Favaro como baixista, será que não seria o dia de chamar Renato Rocha e colocar ele para tocar uma ou outra música? Nem que fosse somente para dar uma ajuda para o cara e reduzir a polêmica? Mostrar para as pessoas que atitudes são mais valiosas do que letras de música, eles se dando bem ou não, compaixão e apoio para um cara que viveu uma época tão importante da vida deles seria uma demonstração importante de caráter, afinal muitas músicas como “Ainda É Cedo”, “Daniel na Cova dos Leões”, “Quase Sem Querer” e “Mais do Mesmo” são assinadas por ele. Aliás parabéns ao pessoal do programa Pânico, apesar de eu não gostar muito do programa, eles fantasiados estavam engraçados demais.

Agora vamos ao que conhecemos do Legião Urbana e algumas contradições, Renato Russo sempre rejeitou convites para a Legião Urbana se apresentar em festivais. Fez isso na primeira edição do Hollywood Rock, em 1988, pois não iria se apresentar num “evento capitalista”, patrocinado por grandes empresas, soava incoerente para o vocalista que não queria cantar com o nome de uma marca de cigarros atrás da banda, essa forma de pensar era o maior legado de Renato Russo. Fazer uma homenagem não é o erro, o problema de tudo isso está logo abaixo.

Uma homenagem elitista para um cara que não funcionava dessa maneira, uma homenagem que custou R$200,00 o ingresso e teve como objetivo gravar um DVD e ser um assunto falado por aí, esse para mim foi o maior problema desse tributo, independente da falta de técnica ou até de voz mesmo de Wagner Moura nos vocais que se compreendeu e se colocou ali como um grande fã, independente das falhas de som grotescas que não acontecem nem nas noites de sabado no Café Aurora, o Karaokê gigante do Legião Urbana tinha que ser realizado para o povo, um show aberto em um local como o Parque do Ibirapuera, tenho certeza que a aura da banda iria atingir mais gente e faria um show muito mais emocionante.

Nem vou falar sobre os patrocínios para a realização do show…para quem quiser conferir um trecho do show segue o vídeo abaixo:

Billie Blade é um Ogro louco, escreve no ViShows e no Cerveja com Ogros, nerd, blogueiro, agente de viagens, maníaco por jogos e videogames, cervejeiro e nunca foi fã do Legião Urbana.

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