Depois de conferir os 2 shows no Sesc Pompéia do grande Bob Mould, fiquei me perguntando… afinal que fãs são esses que acompanham um artista alternativo há 25/30 anos ?

Havia uma boa dose de curiosidade e idolatria na relação entre público e músico, Mould é uma espécie de Herói Indie dos 80´s  e precursor do Grunge nos 90´s, quando teve seu pico comercial.

Nos 2 dias tivemos alta concentração de músicos, produtores e de representantes da mídia cultural (corporativa e alternativa), poucas meninas é verdade… mas muitos barbudos, camisas xadrez e quase zero de punks, neo-punks, headbangers ou qualquer tribo roqueira identificável.

Fiquei com a clara impressão, que as encarnações musicais de Bob Mould atraíram por aqui, um público mais intelectualizado (sem ser necessariamente Nerd), e que com idade entre 35 a 45 aninhos… me deram a estranha certeza de que o Rock mudou mesmo no Brasil nesses últimos 10 anos.

Para alegria dos fãs, tocaram no formato de trio (com o excelente baixista Jason Narducy e o preciso batera Jon Wurster), emulando assim as tradicionais formações roqueiras anteriores, privilegiando os anos 90 no início de cada noite, ao cobrir logo de cara, boa parte do ótimo álbum Copper Blue.

Mould parece tudo menos um roqueiro seminal, com visual “normal” de jeans e camisa, sem esconder a calvice e uma barriga saliente, o cara aos 52 anos exibe grande forma como guitarrista e cantor, com vocalizes perfeitos e uma pegada de guitarra genial, mostrando em pouco mais de 1,5 horas toda intensidade musical que o público esperava.

Se no início os sons do Sugar foram o destaque, as composições da fase solo e mais tranquila, prepararam o terreno para a sequencia de Hits e Lados B do Hüsker Dü, fazendo a cabeça dos adeptos mais inveterados.

Sem nenhuma firula no palco, o público se convidou a participar, cantando junto e em especial realizando Stage Dives históricos no meio da galera, o que tanto Bob quanto seus colegas de banda aprovaram, não conseguindo segurar o sorriso de satisfação ao término de cada show.

Entre os presentes, alguns devem ter conferido a apresentação única de Grant Hart em Sampa na Galeria Olido, onde o outro lado do Hüsker Dü se mostrou vivo em formato semi acústico, dando aos fãs mais fiéis a chance de emular mentalmente o que teria sido o impacto ao vivo dessa lenda alternativa.

Claro que Hart e Mould, fizeram shows totalmente distintos, o que nos permitiu vislumbrar toda importância da mítica banda, mas caras assim não vivem do passado… , e continuam compondo novos sons relevantes, após mais de 30 anos de Rock Alternativo.

No final, pontos para Bob Mould e Banda, que como Power Trio, mostraram o melhor do Alt.Rock Norte Americano, em apresentação reta, direta e que mexeu fundo com todos, mostrando que mesmo um simples show de rock pode fazer todo sentido.

Fiquem com Hüsker Dü em “Could You Be The One?”

Prá Fechar o setlist de Bob Mould em SP no Sesc Pompéia dia 04/Out/13
– The Act We Act (Sugar)
– A Good Idea (Sugar)
– Changes (Sugar)
– Helpless (Sugar)
– Hoover Dam (Sugar)
– Star Machine
– The Descent
– Round The City Square
– Steam Of Hercules
– Come Around (Sugar)
– Your Favorite Thing (Sugar)
– Hardly Getting Over It (Hüsker Dü)
– Could You Be The One? (Hüsker Dü)
– I Apologize (Hüsker Dü)
– Celebrated Summer (Hüsker Dü)
– Chartered Trips (Hüsker Dü)
– Keep Believing
BIS:
– If I Can’t Change Your Mind (Sugar)
– Something I Learned Today (Hüsker Dü)
BIS 2:
– Hate Paper Doll (Hüsker Dü)
– Flip Your Wig (Hüsker Dü)
– Makes No Sense At All (Hüsker Dü)

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