10 bandas de rock super politizadas + playlist rock e política

A música deve sempre se expressar de forma livre, o Post + Playlist – Rock e Política, vai além de qualquer ideologia, privilegiando grandes bandas e artistas e suas mensagens.

Rock e Política, claro que combinam! Afinal a revolta juvenil do estilo, sempre teve sua energia usada para a contestação, incluindo é claro todo embate ideológico e de visões de mundo!

Rock e Política (Bono + Bush)

Assim, o rock como expressão e arte, sempre usou a política como um dos temas de carteirinha, o que naturalmente serviu a todas ideologias, e até hoje vemos artistas de ultra direita com dezenas de variações fascistas e racistas, e ao lado do esquerdismo ora anarquista e ora mesmo de boutique…

Mas o que nos interessa aqui, são os realmente ativistas e que sem apelar, ajudam a conscientizar o público, usando as canções e presença midiática como estandartes de idéias e causas.

Rock e Política

Ficam já desclassificados da lista, os que muitas vezes exageram… Tipo Sting com índio Raoní (Nada contra … Mas … É fods) , Bob Geldof ( que parece ter virado 100% ativista) e a galera hors concours, bandas e artistas que já puseram tanto a cara pra bater que foram, mesmo sem querer, incorporados ao Mainstream… Fazer o que ?! Logo uma dezena de bandas e artistas de U2 a Pink Floyd, de John Lennon a Bob Marley foram ejetadas da lista.

Já diria o leitor atento, Putz … O que sobrou então ?
Resumindo nosso critério é Ativismo e Integridade = Rock e Política da melhor qualidade.

Segue a listinha sem ordem alguma específica – top 10 :

– Rage Against the Machine

Não é um primeiro lugar, mas até poderia ser pois RATM é uma banda com sonoridade incrível, usando o rock pesado, com rimas de RAP e pegada funk, uma explosão sônica e visual. Além das rimas contundentes de Zack de la Rocha, os caras tem um dos mais criativos e técnicos guitarristas de todos os tempos – Tom Morello.

Dreads rastas, anticapitalismo explícito, e propaganda esquerdista no visual “quase” poser, um panteão onde se misturam Che Guevara, Sendero Luminoso, CCCP, Boinas Cubanas, Estrelas Vermelhas e Figurino Maoista.

Explosivo como um coquetel molotov das ruas de qualquer revolução do novo milênio.

– Refused

Os suecos do Refused são anarquistas de verdade, e não perdoam no som cheio influencias do metal, punk, hardcore e pós punk.

Sempre furiosos e performáticos, tem raízes e passado underground nos anos 90, que os qualificam atualmente como lenda Indie. Suas letras são muitas vezes de um não-conformismo explícito e politicamente de natureza e discurso de extrema-esquerda.

Qualquer um que ouça The Shape of Punk to Come não vai ver o rock da mesma forma após as 12 faixas desse clássico absoluto, que segundo a revista Kerrang é um dos maiores 50 álbuns de hardcore, punk ou metal de todos os tempos.

– The Clash

Putz, o que falar do The Clash que já não tenha sido dito. O “do it yourself” aliado a uma postura artística e musical sem fórmulas prontas…

Lançaram discos duplos, triplos, tocaram valsa, polka, latinidades , eletrônica, dub, reggae e rock é claro… com canções como  “I’m So Bored with the USA”,  “Safe European Home”, “Spanish Bombs”,  “The Call Up” e “Know Your Rights”, fica fácil saber de que lado o Clash sempre esteve, como uma das maiores bandas contestadoras do sistema de todos os tempos.

Joe StrummerMick Jones e Paul Simenon são eternos, e até mesmo o fim da banda e a impossível volta, ajudam no mito do Clash, que é top e reconhecida no mundo todo.

– Manic Street Preachers

Os galeses do Manic Street Preachers são bem populares desde o início dos anos 90, tanto pelo som quanto pelas polemicas com a mídia e o foco esquerdista.

Nas composições, tinham como principais temas a política e a crítica social, chamados inclusive de grupo socialista punk retro.

Numa segunda fase como trio, em meio ao auge do sucesso, dedicaram a canção “Baby Elian” no caso de Elian, o menino cubano levado para os Estados Unidos sem o consentimento do pai e foram lançar o disco no Teatro Karl Marx, em Havana. Transformando o Manics na primeira banda ocidental a se apresentar na ilha socialista, e ainda com Fidel Castro na platéia, que antes do show foi avisado que seria barulhento, e deu como resposta … “Não será mais barulhento que a guerra”.

– Trust
Com foco no Hard Hock e no Heavy Metal oitentista, mas marcados pela energia punk. O Trust veio na hora certa pois o público francês queria mesmo uma banda pesada na língua local, e além do peso se pintavam de vermelho nos concertos, sempre com ênfase no apoio aos socialistas franceses.

Amigos de balada de Bon Scott, vocalista mais clássico do AC/DC, ganharam uma força ao tocar com os australianos e se aproximaram de sonoridade deles e das bandas do New Wave of British Metal, gravando até com o mestre Nicko McBrain, futuro Iron Maiden.

Para quem não conhece a banda sempre vale a pena começar pelo seu maior clássico, a emblemática “Antisocial“.

– Dead Kennedys

Os malucos dos Dead Kennedys mostraram ao planeta o punk hardcore Made in USA, com a marca do ativismo social e da política.

Vale ressaltar que tem que ser o Dead Kennedys de verdade, não essa palhaçada COVER que quase tocou no Brasil em 2019 !!

Baseados em San Francisco, apareceram em 1979 com a união de Jello Biafra ao guitarrista East Bay Ray e o baixista Klaus Flouride, somados a diversos bateras e guitarristas base. Ficaram rapidamente famosos pela política, com Biafra sempre no ataque, elegendo como alvos Reagan, as grandes empresas, a KKK, além de políticos republicanos e democratas.

Vejam só o nome de algumas músicas: “Let’s Lynch the Landlord” (contra a propriedade), “I Kill Children”, “Holiday in Camboja” e “Chemical Warfare” (sobre os militares e guerras)… Ou seja, Unidos contra o sistema !

– Pearl Jam

O quinteto Pearl Jam chegou já forte no primeiro disco, mostrando o peso e lirismo que marcaram toda carreira. Mas além das canções com pegada roqueira, Eddie Vedder e banda, se tornaram notados pela sua recusa por aderir às tradicionais práticas da indústria musical, incluindo a recusa em produzirem videoclipes, transmitirem shows ao vivo e o engajamento que virou boicote contra a Ticketmaster.

Além da postura anti sistema, foram fundo na política, criticando abertamente a Era Bush, a Guerra do Iraque e toda repressão pós 11 de setembro, virando campeões dos direitos humanos e ativistas pró Obama nas eleições, mas sem poupá-lo pelas promessas não cumpridas e pelo apoio irracional a todo tipo de intervenção política e militar em outros países.

– Gang of Four

Na história chinesa, Gang of Four (Camarilha dos Quatro) se referia a um grupo de políticos comunistas baseado em Xangai. Eles estavam entre os líderes da revolução comunista de Mao Tsé-Tung.

Na história da música pop/rock, Gang of Four foi um grupo pós-punk inglês, de Leeds, bastante politizado, que existiu entre 1977 e 1984. Após 20 anos voltaram, mantendo, uma mistura explosiva e urgente de funk com punk e um pouco de dub.

Confiram sons como “Damaged Goods”, “I Found That Essence Rare”, “I Love a Man in a Uniform” e “The History of the World”, onde as letras claramente criticam o consumismo e militarismo de nossas sociedades.

Para quem gosta de músicas criativas, politicas e da estética revolucionária essa é a banda.

New Model Army

Quando vi os caras no fim dos 80’s no falecido Dama Schock, chamou a atenção ter recebido as letras traduzidas na entrada para o show, afinal eles queriam mesmo que a moçada soubesse o que estava rolando nas canções, a mensagem era o mais importante.

Para uma legião de fãs, o New Model Army é uma das melhores bandas pós-punk que o Reino Unido produziu, pegada “street” do punk e engajado fervor político. Com canções anti monarquia aliadas ao folk urbano de protesto, criaram mesmo um som original, que podemos comprovar em sons como “White Coats”, “51st.State”, “Purity” e “Here comes the War”.

Foram barrados pelas letras e postura de entrar nos Estados Unidos nos anos 80, mas pela integridade conquistaram fãs em todo mundo.

– Midnight Oil

Muito mais que uma banda australiana de rock ativista, foram precursores do pacifismo e ecologismo no rock, e de tão politicos acabaram em virtude das pretensões eleitorais do líder e vocalista Peter Garrett.

O Midnight Oil fez muito sucesso nos 80/90’s e influenciaram centenas de bandas.

Começaram bem independentes se destacando nas turnes universitárias na costa leste da Austrália, e com Garrett já formado em direito, montaram o próprio selo independente a Powderworks, quando em 1978 lançaram o seu primeiro álbum, e deram força pela gravadora a diversas novas bandas da cena local.

Já nos 80’s, protestando contra a poluição e os direitos dos povos aborígenes, se consagraram fazendo shows em frente a fábricas poluidoras, no tour do mega disco Diesel and Dust (1987), que ganhou o mundo com hits eternos e foco na mensagem e sincero ativismo.

Rock e Política – O rock sempre falou de política,servindo a todas ideologias, com bandas de direita e outras esquerdistas, anarquistas ou mesmo de boutique!!

Na sua opinião, que artistas e bandas faltaram na lista ?

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